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Progresso, integração, arquitetura e história ganham as páginas de “Estradas de Ferro no Ceará”, livro de Francisco de Assis Lima e José Hamilton Pereira
Os trens estabelecem os caminhos do progresso cearense, provocam mudanças na sociedade e criam uma nova paisagem. Em “Estradas de Ferro no Ceará”, Francisco de Assis Lima e José Hamilton Pereira remexem o baú do transporte ferroviário no Estado, mergulham na memória, e revelam uma história feita de desafios, sonhos, construções ousadas e prédios que o tempo se encarregaria de fornecer valor histórico.
A primeira concessão para a construção de estradas de ferro no Ceará deu-se com um decreto de 1857, em um empreendimento que deveria construir e explorar uma via férrea a qual, partindo de Camocim e imediações de Granja, seguiria para o Ipu, passando por Sobral. Um projeto arquivado. Outro marco da história ferroviária cearense data de 1968, quando foi apresentado o projeto de uma linha ferroviária ligando Fortaleza à vila de Pacatuba, com um ramal para a cidade de Maranguape. Outro projeto que não saiu do papel.
Só dois anos depois, nasceria o projeto da primeira estrada de ferro construída no Ceará, a Via Férrea de Baturité. E, em 13 de março de 1873, chegavam a Fortaleza as primeiras locomotivas, desembarcadas no trapiche do Poço das Dragas (antigo porto). “O prédio da estação ainda estava em obras quando recebeu as máquinas à vapor que, sendo arrastadas por tração animal com a afixação de trilhos portáteis, foram transformadas num show de apresentação, ao desfilarem pela Rua da Ponte (Alberto Nepomuceno) e Travessa das Flores (Castro e Silva) até a Praça da Estação”, explicam os autores.
Um novo “espetáculo” aconteceu cinco meses depois, quando a locomotiva “A Fortaleza” rodou cinco vezes - desta vez com os próprios motores - da Estação Central até a parada “Chico Manoel”, no Cruzamento das Trincheiras, atual Liberato Barroso. O primeiro trecho da ferrovia, ligando o Centro ao Distrito de Arronches (Parangaba), ficou pronto em setembro de 1873, quando, com restrições, uma locomotiva e alguns vagões chegaram, pela primeira vez, a Parangaba.
Em seguida, foram inauguradas as estações de Mondubim, Maranguape e Maracanaú (1875) e Monguba e Pacatuba (1876). O governo imperial encampou a ferrovia em 1878 e estabeleceu algumas mudanças no projeto original, além de ordenar a construção de uma nova estrada ligando o porto de Camocim até Sobral e o início dos estudos para a construção da nova estação central, que seria inaugurada em 1880.
Registros fotográficos
A obra traz registros fotográficos históricos de estradas sendo construídas, das festas de inauguração no Ceará, das pontes e estações mais importantes no caminho dos trens. Algumas fotos ganham mais valor por retratarem estações que foram demolidas com o tempo, como a de Maracanaú, e de paisagens de um Ceará que não existe mais. Mas a maioria das fotos é de construções que resistem ao tempo. São registros das pontes sobre os rios Acarape, Aracoiaba, Quixeramobim, Putiú, Jaguaribe e de belas estações, como as de Camocim (1913), Missão Velha (1926).
REGISTROS
1 Locomotiva Ifocs de 1922, uma das máquinas mais possantes que rodavam nos trilhos cearenses.
2 Inauguração da Estação de Cangaty em 8 de dezembro de 1890 (atual Caio Prado)
3 Vista panorâmica da Estação e cidade de Baturité. Foram os atrativos do Maciço que motivaram a primeira Estrada de Ferro no Ceará.
4 Estação Professor João Felipe logo depois de sua inauguração, em 1888.
5 Lideranças políticas reunidas na Estação de Missão Velha, em 1926, com o objetivo de preparar uma estratégia para combater a Coluna Prestes.
6 A estação de Crateús foi inaugurada em 12 de 12 de 1912.
7 Uma cena de 1888: Ernesto Lassanse, diretor da EFB, e Caio Prado, presidente do Ceará, ao lado de uma das locomotivas da EFB.
8 Estação de Juazeiro do Norte era segunda maior em movimentação de passageiros
Délio Rocha, Repórter | Estradas de ferro (18/12/2007)
Por favor, sabes onde posso comprar esse livro?
ResponderExcluirMuito bom falar sobre o trem que nos seus trilhos cortava as cidades do Ceará: capital e interior. Um tempo que não se esquece jamais. Todo mundo dava valor àquele transporte que não escolhia nada a levar: material e pessoal. Muito procurado até mesmo pelo preço convidativo das passagens e que apesar de demorado, era uma coisa formidável. Ninguém mesmo poderá esquecer dos momentos de encontro e de maior sociabilidade do velho trem. Saudades e que saudades!!!
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